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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Respirar e Pranayama

Respirar e Pranayama




O domínio do pensamento parece ser uma coisa distante para a maioria das pessoas. Também a forma que respiram não parece corresponder a harmonia. Na yôga, porém há exercícios que auxiliam ao domínio de si mesmo, de pensamento, do corpo físico e sutil. Pranayama é técnica que se faz presente nessa obra espiritual, juntamente com asanas (posições corporais), mudras gestos nas mãos), invocação de kundalini, mantras etc.
Primeiro que se deve respirar profundamente. Enquanto o profano respira até a garganta, o iniciado deve respirar até os pés. Pelo respirar tudo pode ser controlado, até o pensamento. Os mantras parecem ser por essência controle de pensamento, mas sem correta respiração não pode encontrar desprendimento de maya, da ilusão dos sentidos e divagações que afastam do Divino.
Sendo o Divino o Todo (Pan), uma unidade onde tudo é tudo e nada é nada, longe da dualidade de nossas concepções, chegando ao nível de Nirvana ou Samadhy. Geralmente os místicos têm o contato simples com visões de santos ou divindades (Dhyana), o que foi já retratado em diversas religiões, inclusive catolicismo. Mas respirar faz o corpo se aquecer, leva a concentração em uma ideia fixa, auxilia na oração e meditação. O começo de toda a boa meditação deve ser por ventura com uma respiração profunda e ritmada. De certo modo, a energia do sol, Prana, está presente nesse contato. Há quem viva com pouco alimento e possa aproveitar dessa energia, pois no ar se encontra a origem de nossa vida (sopro inicial – nephesh). Pode-se dominar a força corporal e a intensificar.
Não acredito que haja sociedade iniciática onde não se leve em conta técnicas de meditação, ou mesmo pranayama. Mesmo que se aconselhe a procurar certo aconchego de um ritual, sanctum, abadia, templo etc, sobra que não há caminho a não ser buscar o alimento dos pulmões. Mas se pode ir além, em exercícios ritmados e com pausa onde o ar é expelido lentamente. Se pode inspirar contando até certo número e fazer o mesmo ao expirar, com uma pausa entre as duas fases, em contagem que pode variar dependendo do objetivo. A intensidade do exercício varia do preparo do yogi ou mago.
Há sociedades secretas que dão especial importância a pranayama, como a O.T.O. (Ordo Templi Orientis), Aurora Dourada, Astrum Argentinum, etc. Vendo um diário mágico (Liber DXXXLX), se percebe que no dia a dia do mago há a prática inevitável desse exercício respiratório, inclusive combinado com outras práticas, como asanas, mudras, concentração, jejum etc. Advém que da prática feita corretamente pode surgir um alterado estado de consciência e um suor especial, curativo. Parece que Crowley deu grande importância a essa prática e a sua influência em muitas ordens secretas abriu portas a diversos ensinamentos orientais, o que antes com Blavatsky era apenas em grande parte divulgado em teoria.
Exercícios de pranayama especiais existem, como a respiração lunar, onde se fecha uma das narinas quando se inspira e se expira pela outra, fechando a outra. Pode-se fazer uma respiração rápida e curta para certo propósito. Já em um livro de parapsicologia há a respiração energizante, onde se deve expirar com força e rapidamente, até esvaziar completamente o pulmão. Uma pessoa adoecida respira com dificuldades, um atleta respira sem ofegar. Outra prática está em se mentalizar uma nuvem dourada de energia entrando pelas narinas, expelindo após alguma nuvem de impurezas. Em tantra enquanto o homem expira a mulher inspira e vice-versa, alternativamente. Um exercício curioso é inspirar fazendo um canudo com a língua, de forma que o ar esfria e a sensação física é mesmo de esfriamento, em um especial estado. Outra prática é ao exalar o ar se emitir o som aaaahhhh..., o que seria uma respiração vital.
O que nos leva ao aspecto místico e mágico dessa especial respiração é que prana é energia vital. E que essa energia se divide em ida, pingala e sushuma, três caminhos levando-nos a pensar na kundalini. Também se relaciona ao aspecto do Sol, nossa fonte de energia principal, verdadeira fera cheia de poder (ou Besta...). Porém, segundo os vedas:
"Respiração é Vida. Aquele que controla a respiração controla a vida."
"Quando o Pranayama é alcançado e conquistado, o praticante ganha ascendência sobre a morte".
"Prana, o sopro vital, é nascido no Ser. Como uma pessoa e sua sombra, o Ser e o Prana são inseparáveis. Prana entra no corpo no nascimento, mas não morre com o corpo"(Prana Upanishad).
"O sábio fala não pelos sensos da fala, visão, audição e tato, mas por um grupo de Pranas, pois todos estes sensos são manifestações do Prana.' (Charakha Samhita). (K- Pranayama, tradução de Pássaro da Noite, e-book em www.bookbrasil.com.br, acesso em 15 de novembro de 2009).
De certo modo, percebemos que possivelmente uma divindade, anjo ou ser sutil deve ter ensinado essas práticas, ou mesmo a relação mais íntima com o próprio corpo em uma elevada sabedoria levou a essas descobertas, com uma prática que em outras ideias místicas não é possível com tanta facilidade e acessibilidade.
Claro que de nada adianta se praticar pranayama se outros hábitos são nocivos, como ingerir bebidas, usar drogas, remédios, excesso de carne, etc. A prática segundo um comentarista dos Upanishad leva a uma purificação dos nervos. Talvez seja a chave de cura para tanta ansiedade que envolve nosso tempo atual, essa Yuga (Era). O domínio de pensamentos é assim encontrado e a sintonia com o Cósmico se faz possível, levando ao distanciamento do império profano e materialismo. Não é à toa que o Eterno soprou a vida em Adão, nesse golem de barro, dando-lhe vida por esse meio, e mantendo-o igualmente pelo mesmo método.



2 comentários:

  1. Huah, pneuma, atman, a vida é um sopro. Ou como diriam os Monarcas "esse vento é o nosso Deus". A vida humana é energia, toda energia é inaniquilável. Nunca se perde só se transforma. Com o colpaso do corpo não mais se respira, mas o sopro vital perdura. Disciplinar a respiração é compassar o ritmo da própria vida. Abraço, Mariano.

    Cléverson Israel Minikovsky

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  2. Cléverson, você engrandece minhas reflexões filosóficas.. não é a toa que somos coautores em dois projetos, livros que esrtrão sucesso.. abraço

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